Durante milhões de anos, as plantas e os animais da Mata Atântica desenvolveram uma estreita e complexa relação entre si, o que possibilitou a sobrevivência das espécies. Desta relação foram constituídos os ecossistemas, que se mantém em perfeita harmonia. No entanto, a intervenção humana rompe este tênue equilíbrio.
A simples coleta de orquídeas pode exterminar em determinada região alguma variedade de inseto que é agente polinizador, sem o qual muitas espécies de árvores estariam ameaçadas, assim como os animais que dependem dos frutos destas. A apicultura em áreas preservadas, aparentemente inofensiva, pode provocar o desaparecimento de muitos insetos da nossa fauna devido à competição por néctar e pólem com as abelhas africanizadas introduzidas no Brasil.
A interdependência das plantas e animais pode facilmente ser notada em muitos casos. A dispersão de sementes é uma delas: a árvore dá o fruto para alimentar o pássaro. Este, ao ingerir o fruto, espalha a semente para bem longe da árvore-mãe, evitando que as sementes germinem embaixo desta, impedindo que haja competição.
Há espécies de plantas que não precisam de animais para dispersar sementes, pois desenvolveram outros mecanismos, como a dispersão através do vento. Porém, a dispersão de sementes por animais é a mais comum para a maioria das espécies de plantas. Entre as árvores da mata Atlântica, mais de 90% das espécies necessitam de animais para dispersar as sementes. Além disso, aquelas que têm suas sementes dispersadas pelo vento podem, muitas vezes, depender de
animais, insetos geralmente,
para a polinização.
tucano-de-bico-verde, uma das aves responsáveis pela dispersão das sementes |
A simples coleta de orquídeas pode exterminar em determinada região alguma variedade de inseto que é agente polinizador, sem o qual muitas espécies de árvores estariam ameaçadas, assim como os animais que dependem dos frutos destas. A apicultura em áreas preservadas, aparentemente inofensiva, pode provocar o desaparecimento de muitos insetos da nossa fauna devido à competição por néctar e pólem com as abelhas africanizadas introduzidas no Brasil.
embaúba e fruto da embaúba |
frutos da pindabuna, da árvore cabo-de-rodo e de canela-burra |
flor e cápsula da semente do cipó-mil-homens |
para a polinização.
O cipó-mil-homens é um exemplo de planta que tem suas sementesdispersadas pelo vento, mas depende de insetos para polinização. As orquídeas também são plantas cujas sementes são dispersadas pelo vento, mas a polinização é feita por insetos. Para isso, desenvolvem estratégias altamente sofisticadas, como os mais variados perfumes e armadilhas para forçar o transporte do pólem de uma flor para outra.
Algumas árvores da Mata Atlântica desenvolveram uma ralação tão estreita com os animais que podem ter um inseto específico para realizar sua polinização, podendo ser uma espécie de abelha silvestre, por exemplo. Sua flor pode ser tão delicada que somente aquela espécie pode realizar o serviço. Então, quando o homem introduz abelhas africanizadas com o propósito de produzir mel, estas podem competir e exterminar com a abelha nativa ou estragar
a flor (por causa do tamanho), provocando o declínio da população daquela espécie de árvore e seu consequente extermínio na região a longo prazo ( que pode demorar séculos), rompendo com o equilíbrio de toda a floresta (ecossistema).
abelhas silvestres visitando flor carregada de pólem |
cutia e serelepe |
Há casos também de árvores que têm um animal específico ou preferencial para dispersar suas sementes, se um desaparecer, o mesmo acontece com o outro. Por tal motivo, a caça de animais silvestres, como a paca e a cutia, acarreta grande desequilíbrio na floresta, já que estes animais são dispersores preferenciais de várias espécies de árvores. O serelepe também é um grande dispersor da semente do coqueiro-jerivá e do ticum. Ele esconde as sementes, enterrando-as para comer depois. No entanto, esquece algumas e assim possibilita que germinem.
A dispersão das sementes e a polinização das flores são as dependências mais diretas que as plantas têm dos animais. Porém, ocorrem outros tipos de dependências bem mais complexas, como as relações de presas-predadores e as relações de simbiosa como a relação da formiga com a embaúba.
Fontes: Instituto Rã-Bugio para conservação da biodiversidae; imagens do instituto e da internet.
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