sexta-feira, 10 de maio de 2013

Ações do Homem Contra a Mata Atlântica


Floresta primária - cada vez mais rara
    A mata virgem era caracterizada pela imensa diversidade biológica, pela presença de árvores altas de caules grossos e, principalmente,pelo equilíbrio entre as espécies. A intervenção humana tem transformado estes ecossistemas, antes intocados.
     Tipos de Formações Florestais
     Floresta Primária: É caracterizada pela pouca interferência humana. Pode apresentar atividade de extrativismo do palmito e madeiras. Infelizmente, não há mais florestas intocadas, e até nas regiões mais inacessíveis o homem encontrou uma maneira de interferir. Certas espécies secundárias e raras apresentam uma relação altamente complexa com animais, plantas e microorganismos. Eis uma das razões da raridade das espécies e porque é totalmente desaconselhável seu corte.
     A crescente devastação para fins de agricultura, ocupação por pastagens, reflorestamentos eimplantação de loteamento reduziu as florestasprimárias a poucos e pequenos fragmentos. As consequências para o próprio ser humano poderão ser catastróficas em médio e longo prazo (secas severas, por exemplo).
raiz tabular de árvore centenária e furto de palmito

     Floresta Secundária: É a que resulta de um processo de regeneração natural em áreas de floresta primária que foram totalmente desmatadas. A grande maioria de remanescentes de Mata Atlãntica em todo o país são de florestas secundárias que se regeneraram de forma natural, por abandono.
     Em certos locais a invasão de taquarais, bambus e samambaias impede a regeneração das florestas. O simples corte seletivo de árvores abre clareiras, que faverecem o desenvolvimento dessas plantas, que colonizam a área e começam a se alastrar engolindo lentamente toda a floresta. è o caso da taquarinha, que vai sufocando as árvores centenárias em florestas primárias, aniquilando com a biodiversidade.
     Esse ecossistema tem papel fundamental nos efeitos climáticos. Porém, em termos de biodiversidade, a floresta secundária tem 50% menos espácies do que a floresta primária (observe as taquarinhas na foto abaixo).

     Estágios de desenvolvimento de uma floresta secundária
     Estágio Inicial: Surge logo após o abandono de uma área degredada. Predominal espécies pioneiras, de crescimento rápido e vida curta, além de capins e samambaias de chão.
     As espécies encontradas no estágio inicial de regeneração estão adaptadas a sobreviver em um ambiente com solo pobre em nutrientes e de insolação direta. Quando adultas, criam um ambiente sombreado e fresco para o restabelecimento da floresta definitiva. É importante ter em mente que o plantio de árvores nativas é completamente desnecessário e desaconselhado, haja vista o risco de introduzir variedade de uma mesma espécie de outra região (misturar populações já selecionadas pela natureza durante milhões de anos). Plantar árvores é função da fauna e do vento, por isso o mais importante é proteger as áreas remanescentes e a fauna.
floresta secundária em estágio inicial de regeneração

     Estágio Médio: As espécies predominantes são, normalmente, pioneiras na fase adulta. No piso da floresta, uma pequena camada de serapilheira é encontrada. Esta se decompõe, nutre o solo e favorece o desenvolvimento de espécies definitivas. No sul do país a espécie de árvore de ocorrência predominante neste estágio é o jacatirão, facilmente reconhecido pela floração bastante intensa, cujas flores apresentam uma variação de cores que vai do branco ao lilás. O jacatirão vive por 20 anos no máximo. Crescimento rápido e vida curta são características das árvores pioneiras, que deixam o ambiente propício para o início do desenvolvimento das árvores definitivas, que apresentam crescimento lento, mas vida muito longa, centenas de anos.
jacatirão florescido
        Estágio Avançado: Predominam as espácies definitivas, de crescimento lento e vida longa. Neste estágio, as camadas da floresta são bem definidas.
     Desmatamentos
     O Brasil já se tornou o centro das atenções internacionais de modo negativo, pois conquistou o título de campeão mundial de desmatamentos. A mata Atlântica sofre diariamente com a destruição e foi classificada pela UNESCO, órgão da Onu, como o ecossistema mais ameaçado do planeta.
     A cultura de fumo,os reflorestamentos, aexploração madeireira, as queimadas, a especulação imobiliária e a pecuária contribuem enormemente para o desmatamento das florestas. A destruição da Mata Atlântica é permitida sob o pretexto de ampliar as áreas de cultivo e incentivar a economia, porém esta destruição em nada diminui a fome ea miséria no país.
     Contaminação Biológica
     Espécies de flora e fauna trazidas pelo homem de outros países e regiões acabam dominando, competindo e eliminando espécies nativas. A contaminação biológica é a segunda causa de perda da biodiversidade no planeta, depois da destruição e da degradação de habitat.
     O pinus, o eucalipto, a taquarinha, a palmeira real, o lírio-do-brejo, o chuchu, a rã-touro-gigante, o caramujo africano e o javali são alguns exemplos de espécies que foram introduzidas na Mata Atlântica e que causam grande desequilíbrio ao ecossistema.

reflorestamento de pinus e chuchu

     É com este alerta que chega ao fim a série de postagens sobre a Mata Atlãntica. Se tiver despertado a consciência ecológica em uma única pessoa, me dou por satisfeita. Sei que os problemas de saúde, educação, moradia, miséria, fome, desastres naturais, guerras, drogas e criminalidade são extremamente importantes, porém, com a degradação da natureza, todos estes problemas tendem a aumentar, e outros surgirão.  Agradeço ao Instituto Rã-Bugio, e parabenizo pelo seu trabalho de conscientização. Não se esqueçam que o planeta Terra é a nossa casa. Um abraço a todos!
 Fontes: Instituto Rã-Bugio para conservação da biodiversidade; imagens da Internet e do Instituto.


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